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Estefania Gavina - Prix Photo AF 2017

HISTÓRICO 2022

Tema: Sonhos

Prix Photo

CONHEÇA OS GANHADORES DE 2022 — CONHEÇA OS GANHADORES DE 2022 —

Rodrigo Masina Pinheiro

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Luiz Gustavo Gomes Cardoso

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Samy Sfoggia

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Luisa

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Luiza Possamai Kons Luiza Kons

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Ricardo Tokugawa

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Marina Alfaya

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1º LugarRodrigo Masina PinheiroGH, Gal e Hiroshima1º LugarRodrigo Masina PinheiroGH, Gal e Hiroshima

Na volta da escola, no início dos anos 2000, Hiroshima foi apedrejada na rua onde morava, em Vila da Penha, RJ. Gal vestiu roupas ditas femininas em seu corpo que ainda não se via como trans não binárie na adolescência. O sonho em GH foi vivido acordado. Ser uma pessoa desobediente de gênero implica em sonhar com mundos possíveis. As fotos aludem a símbolos religiosos sempre corrompidos por nós de forma sutil.

Quando alguma coisa horrível acontece a uma criança, a realidade se torna oblíqua. Masina lembra, por exemplo, que quando chegou na porta de casa, depois de ter corrido do apedrejamento, a sua ideia sobre religião havia mudado. Antes de abrir a porta sentiu que o que era ensinado sobre perdão era abstrato, condescendente, igual a um remédio temporário. No dia seguinte ela teria que andar na mesma rua. E quando cruzasse com essas pessoas mais velhas não teria como fingir que correr das pedras era parte da brincadeira. Perdoar era uma fantasia.

No final da seleção das fotografias, há também o momento da realidade que se dá no encontro. A imagem das pernas entrelaçadas é uma afirmação de vida. Queremos imaginar infâncias dissidentes livres. O sonho é esse.

2º LugarLuiz Gustavo Gomes CardosoIn Situ2º LugarLuiz Gustavo Gomes CardosoIn Situ

O projeto In Situ é composto por fotografia em autorretrato, colocando o autor como protagonista e personagem de seus próprios sonhos.
O ensaio começa quando o autor, após suas pesquisas sobre suas raízes e a história do negro brasileiro, começa a sonhar com cenas e a protagoniza-las. Nos sonhos o autor toma a forma desses personagens que se assemelham a ele e, a partir dessas imagens inconscientes, começa a materializar suas primeiras imagens.

O ensaio tem como objetivo principal a busca pelas raízes e o autoconhecimento, abrindo diálogo com o espectador, instigando sua imaginação a buscar essas imagens de um tempo não vivido, para que sejam materializadas no campo dos sonhos. Buscar o passado nesse contexto é bastante difícil, porque durante quase todo o período de escravização não existia o advento da fotografia, que surgiu por volta de 1820. As coisas que foram documentadas eram pintadas ou escritas e, lógicamente, quando feitas, eram feitas por mãos brancas. Como seria a documentação imagética de uma pessoa negra que viveu nessa época? Sobre as coisas boas, as ruins, as belas e as misticas?

No projeto, as imagens são realizadas com a maior fidelidade possível aos sonhos e, para isso, os conceitos de algumas vanguardas artisticas foram mesclados (dadaísmo, surrealismo, expressionismo). Tecnicamente, as imagens são realizadas em longa exposição, com ou sem flash e em lugares, situações e momentos diferentes. No pós tratamento, é adicionada a camada estética que remete à forma como as imagens foram sonhadas.

3º LugarSamy SfoggiaPeriod3º LugarSamy SfoggiaPeriod

Period é uma série criada a partir de experimentações com a fotografia. Os trabalhos são resultado de um extenso processo de construção que envolve, além de imagens de acervo, apropriação, colagem e desenho, entre outros procedimentos. A pesquisa estabelece também um forte diálogo com o cinema e com a literatura.

Prix Lovely HouseLuisaDerivaPrix Lovely HouseLuisaDeriva

Deriva é um inventário de colagens fotográficas e textos que surgem de imagens de acervo tanto da artista quanto aquelas encontradas a partir de pesquisas sobre mulheres viajantes do início do século XX. São recortes de possíveis caminhos, paisagens que se encontram, narrativas que surgem a partir da ideia de que todo deslocamento é um convite à invenção e carrega em si o caráter onírico daquilo que se pode supor mas não necessariamente verificar. Sonhar com lugares nunca visitados ou mesmo que não existem é propor uma geografia do improvável, que aqui ganha a particularidade da viajante feminina que percorre territórios inóspitos , improváveis, sinuosos.

Prix Photo ClimatLuiza Possamai Kons Luiza KonsEm nome da mãe e do pai (2020-)Prix Photo ClimatLuiza Possamai Kons Luiza KonsEm nome da mãe e do pai (2020-)

Cresci com o vazio de não entender o que se passava dentro de mim. O diagnóstico de autismo, só receberia aos 18 anos. Ainda me é difícil abordar o assunto. Sei que existem muitas outras como eu, várias sequer foram diagnosticadas. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, parâmetro que é usado no Brasil, aponta em relatório publicado em 2020: que mulheres representam uma a cada quatro pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mas novos estudos mostram que as portadoras do espectro passam muitas vezes despercebidas pois os critérios de avaliação se baseiam no estereótipo comportamental masculino.
É no seio familiar dos ensinamentos passados em nome da mãe e do pai, que escutei como deveria me comportar. E senti o abismo entre dois universos: aquele que dizem real e o meu mundo particular de imagens/ palavras mentais. Da tensão e estranheza entre estes encontros, adentro em nossas próprias histórias que me descolam para um imaginário rural no sul do Brasil, da própria realidade ficcional, dos sonhos que anseiam em se materializar. Como uma rede espiralada.
Dez anos depois de receber o diagnóstico de TEA em busca de ordenar a confusão mental que habito: nas fronteiras entre fotografia e teatralidade enceno em autorretratos e em imagens textuais o estranhamento de minhas relações comigo mesma, e com meus pais, e irmãos, na cartografia de dois mundos que anseiam por se tocar.
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A angústia perante o descaso do governo em meio a crise sanitária, da Covid, no Brasil, com seus mais de 650 mil mortos mudaram minha perspectiva sobre a fotografia. Se escolhem os corpos que devem ou não viver, se estamos ilhados, entendo que precisamos nos narrar. Resistir. Não permitir que nos apaguem. Em cada micro história habitam, infinitas outras, que não tiveram a chance de se expressar.

Menção HonrosaRicardo TokugawaUtakiMenção HonrosaRicardo TokugawaUtaki

Ricardo é fruto da imigração japonesa e okinawana para o Brasil e traz a mistura de três culturas em seu percurso: Brasil, Okinawa e Japão. Compreender o significado dessa posição vai muito além das questões geográficas e culturais, implica em um enfrentamento pessoal, na busca pelo entendimento de si no mundo. Utaki, em okinawano, traduz a ideia de um lugar sagrado. Esse olhar para o sagrado, se volta para as suas raízes, num processo de investigação da família e da casa, conceitos que se misturam dentro da cultura japonesa. A fotografia brinca ao copiar falsamente o real, é ferramenta e artifício posto em face de uma realidade aberta ao trânsito entre mundos. Opera a mescla imaginativa dos fatos e da (auto)ficção, contradiz e se põe para além do documento. Utaki reside no jogo inventado, em sua ambivalência e abre espaços para que sempre se possa imaginar outras coisas. Um campo aberto e onírico.

Júri PopularMarina AlfayaSonho mornoJúri PopularMarina AlfayaSonho morno

Sonho morno consiste em uma série de dez imagens. Cada uma delas é formada por cruzamentos de paisagens urbanas e naturais de Salvador, Itaparica, Cachoeira e Santo Amaro, localidades pertencentes ao recôncavo baiano, território que abraça a Baía de Todos os Santos. Os registros produzidos são documentos da cosmologia regional desse território, aparente em toda matéria que ocupa simbolicamente e fisicamente as cidades: os corpos em interação e deslocamento; as práticas de trabalho; as dinâmicas de construção-abandono-demolição; as relações entre indivíduo, espaço público e meio ambiente; os resíduos do tempo. A fusão visual desses espaços é um retrato onírico de um imaginário coletivo; uma proposta de reinvenção dos horizontes e fronteiras da curva geográfica Recôncavo-Salvador, e de ruptura das hierarquias/oposições: rural-urbano, manualidade-tecnologia, degradação-renovação, sonho-realidade.
No Brasil, a Aliança Francesa está presente desde 1885 e é o único curso de ensino da língua francesa reconhecido pelo Ministério da Educação Nacional...
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O Initial LABO se tornou um lugar único onde a sinergia entre o laboratório profissional, a galeria de fotos, a grande livraria especializada e uma...
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Erika Negrel

Erika Negrel é secretária-geral da Rede Diagonal, uma rede francesa de espaços dedicados à fotografia, desde 2017. Trabalha, há mais de 10 anos, em programas de residência em arte contemporânea e participa, desde 2008, no desenvolvimento da rede territorial de arte contemporânea da metrópole de Marselha, “Provence Art Contemporain”. É também co-fundadora do programa “Coletivo”, de apoio à profissionalização para artistas visuais da Região Sul.

Joaquim Paiva

Joaquim Paiva é carioca, fotógrafo, colecionador e fomentador da fotografia brasileira e estrangeira contemporâneas. Entre suas várias exposições individuais e coletivas, exibiu seu trabalho pessoal na Maison Européenne de la Photographie, Paris, em 2016. Possui fotografias, como autor, na coleção da MEP, na Bibliothèque Nationale de France, no Museum of Fine Arts Houston, EUA, e no MAM-Rio, entre outros. No mesmo MAM-Rio, encontra-se desde 2005 a maior parte de sua coleção de fotografias. Publicou recentemente, como fotógrafo, os livros “Farsa Truque Ilusões”, “Elson faz 70” e “Foto na Hora-Lembrança de Brasília”, este na Cidade do México. Faz os seus diários autobiográficos e visuais desde 1998. Publicou o livro de artista “128 diários”, que está na coleção da Universidade de Stanford, Califórnia, EUA, e na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro. Como leitor, desde 2000, participa de muitos festivais: a cada dois anos, FotoFest Houston; há 8 edições do Festfotopoa; do Paraty em Foco; do Foto em Pauta (Tiradentes); do FotoArte (Brasília); da Milan International Fair Art (Milão); do Photo Espanha 2006.
Retirado de Ateliê da Imagem

Marcela Bonfim

Economista, Marcela Bonfim, era outra até os 27 anos. Na capital paulista, acreditava no discurso da meritocracia. Já em Rondônia; adquiriu uma câmera fotográfica e no lugar das ideias deu espaço a imagens e contextos de uma Amazônia afastada das mentes de fora; mas latentes às vias de dentro. As lentes foram além; captando da diversidade e das inúmeras presenças negras; potências e sentidos antes desconhecidos a seu próprio corpo recém-enegrecido.

Em seu trabalho ela aborda a questão: quanto tempo demora, o negro, para se firmar nesse mundo (in)visível?


Para saber mais sobre o trabalho de Marcela Bonfim: www.amazonianegra.com.br e www.madeiradedentro.com

Nicolas Henry

Nicolas Henry é um fotógrafo e diretor artístico francês. Primeiro designer de iluminação e cenógrafo, depois diretor do projeto “6 milliards d’autres” de Yann Arthus-Bertrand, ele agora desenvolve seu trabalho pessoal. As suas séries produzidas em todo o mundo, os seus contos fotográficos e as suas instalações monumentais são o teatro de universos oníricos construídos por comunidades inteiras, que testemunham os seus compromissos solidários, humanistas e ambientais.

Paulo Marcos

Paulo Marcos de Mendonça Lima é fotógrafo profissional desde 1980, curador, professor e produtor cultural. Foi editor de fotografia dos Jornais O Globo, Lance! e O Dia. Em 2007 publicou Kuaruap Quarup, com textos de Antônio Callado e Milton Guran. É coordenador de exposições e membro do grupo gestor do FotoRio. Desde 2016 dirige o Ateliê Oriente junto com Kitty Paranaguá. Como fotógrafo participou de inúmeras exposições no Brasil e fora, com destaque para “Brazilian Photography” no Museu Ludwig em Koblenz, Alemanha; “Quarup Kuarup”na G12 em Londres e “Perimetranse” no Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro.

Valérie Cazin

Valérie Cazin foi jurista em direito privado, especializada em direitos autorais. Depois de fazer cursos de cenografia – no museu do Louvre – e de história visual – no Jeu de Paume, dedica-se à fotografia e seus desdobramentos no mercado de arte. Paralelamente, é hoje revisora regular de grandes festivais de fotografia como Rencontres d’Arles, Festival Circulations e Voies Off, sendo também jurada de The Boutougraphies (Presidente do Júri 2017), Fotofilmic (CA), Bourse du Talent e Les Nuits concursos de fotografia e participação em vários comitês nacionais de graduação de escolas de fotografia e design.
Retirado de Eyes in Progress

Rony Maltz

Rony Maltz é artista visual, editor e professor, doutorando em Linguagens Visuais pela EBA/UFRJ e Mestre em Fotografia pelo ICP-Bard College (NY). Pesquisa e produz livros de fotografias. Criou o selo independente {Lp} press, com Carolina Cattan, em 2015. Seu fotolivro Vila Autódromo, Rio de Janeiro, com Guilherme Freitas, ganhou o terceiro prêmio no Fotobookfestival Kassel 2019, na Alemanha, e foi exibido em diversos festivais no mundo inteiro. Produtor da Feira URCA de arte impressa e curador das exposições O erro, a rua e Livros possíveis, no Ateliê da Imagem, e Livro livre, com Leandro Pimentel, em Arles, na França. Atualmente é editor-assistente da revista ZUM, do Instituto Moreira Salles.

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